Estou aqui, no fim de uma história trágica,
Os meus sonhos olham as ruínas
Que me encaram de forma enigmática,
Anjos de asas caídas e divinas.
Contemplo as partes da minha vida.
Ao chão, cada caco algo me lembra.
Nesta dimensão de essências destruídas
O meu ser, compulsivamente, entra.
É triste ver o que se ama morto.
Mais triste é ver o amor ao que se ama findo,
Só restando a saudade do porto
De cada porto que no horizonte vai sumindo.
Sim, a vida é um barco!
E só a arte pode, além do tempo, ir e vir.
Nela, volto e vejo cada caco
E sei que muitas vezes vou partir.
Zenildo César
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